segunda-feira, 30 de novembro de 2009

A ilha desconhecida




Este artigo se faz referente ao conto de José Saramago, ”A ilha desconhecida”. A historia se passa em um reino, onde o rei atendia ao povo através de inúmeras portas, tendo cada uma seu propósito, contudo cita apenas três portas, a que o Rei passava praticamente todo seu tempo que era a do obséquio, por onde recebia favores do povo; a das petições, onde fora o homem a pedir um barco; e a das decisões, capaz de fazer a mulher da limpeza largar seu atual modo de vida e sair por ela. O homem que na porta das petições pedira um barco exigiu a presença do rei, pois só iria se pronunciar em um colóquio, dessa forma a exigência foi passada por todos os submissos cargos ao rei, exigidos pela burocracia das petições.
O rei que não queria criar caso e para não desagradar seu povo diminuindo assim seus obséquios, acatou a exigência e com o pior dos modos, perguntou três perguntas seguidas, “Que é que queres, Por que foi que não disseste logo o que querias, Pensarás tu que eu não tenho mais nada que fazer, mas o homem só respondeu à primeira pergunta, Dá-me um barco, disse.” . Seu intuito era de ir a procura de um ilha desconhecida, o rei, observando o tumulto que se criava resolveu dar o barco ao pertinaz cidadão. A mulher da limpeza, pessoa ela responsável por abrir as portas, vendo a possibilidade de mudança na vida, decide por sair pela porta da decisão e seguir viagem com o marinheiro, que na verdade nunca tivera sido antes, porem almejava aprender no mar, ao receber o barco do capitão, fica grato pelo pedido do rei para dar-lhe um barco que não seja grande, mas que seja seguro para agüentar as ondas fortes.
Com o barco já com a primeira tripulante limpando sua cobertura, o homem foi procurar por marinheiros que estejam dispostos a embarcar nessa campanha marítima, porem todos duvidavam da existência de mais alguma ilha desconhecida, e ninguém apoio sua idéia, sem êxito na sua tarefa de alistar homens para navegar o barco, o rapaz passa a sua primeira noite no barco ao lado da sua mulher de limpezas, percebe sua beleza quando seu rosto refletiu a luz da lua, porem sem saber como chegar até ela pegou no sono, ele teve um sonho: Com seu barco atravessando o oceano tripulado e servido de todas necessidades contudo ao chegar em uma ilha já conhecida todos desistem e na desvairada retirada, derrubam todas as plantas e brotos de arvore, que com a chuva transformam o barco em uma seara. Ao acordar ao lado da mulher, o homem nomeia o barco escrevendo ao lado da proa “A Ilha Desconhecida fez-se enfim ao mar, à procura de si mesma.”.
O conto reproduz a epopéia do ser humano em conhecer a si próprio buscando mediadores que facilitem este caminho existe varias formas de interpretá-lo, o barco caracteriza o corpo humano regido por um homem, este seria a mente, que não tem conhecimento de como velejar, descobrindo no caminho, aprendendo com os erros, (uma metáfora ao ciclo da vida) em busca de um lugar desconhecido e a busca dessa forma é sem conhecimento, como o nosso futuro. “Como poderia falar-lhes eu duma ilha desconhecida, se não conheço, Mas tens a certeza de que ela existe...”

A intenção dos dois era descobrir uma ilha desconhecida para isso teriam que se lançar ao mar a sua procura, porem o conto não acaba com a chegada deles a uma ilha, eles se tornam a própria ilha “...A Ilha Desconhecida fez-se enfim ao mar, à procura de si mesma.” O mediador se tornou o destino, o desconhecido se fez no mar conhecido, o barco se tornou a ilha que já não era mais desconhecida pois o casal aprendeu nessa busca a como lidar com ela “...quero encontrar a ilha desconhecida, quero saber quem sou eu quando nela estiver...” e contemplando essa existência é que ele descobre seu “Self” conhecendo seu verdadeiro ser . “...é necessário sair da ilha para ver a ilha...” A ilha o tempo todo foi o barco que retratou o corpo humano que viaja pela vida adquirindo conhecimento progressivamente e a deriva dos acontecimentos, sempre passivo ao acaso, e a busca então é como nos contemplar em nossa própria existência, é conhecer nós mesmos que é desconhecido, porque você consegue ver o mundo pelos seus olhos mas desconhece a visão do mundo, são poucos que conseguem porque a maioria desacredita dessa possibilidade, não consegue entender que exista algo sobre si próprio que ainda não tenha conhecido, como as pessoas que não foram com o homem no conto. Portanto viajar ou seja viver é tomar consciência de si mesmo buscando todas as ilhas desconhecidas ate que o mapa do seu ser esteja completo.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Criaçao x Evoluçao


Um ponto de vista bem interessante e que vale ser armazenado a repassado, até por que quem passa a informação, tem mais facilidade de guardar ela para vida, formando sua enciclopédia de bolso. Contudo esse caso é uma reflexão, sobre um assunto de intermináveis discuções, pois religião é como uma bengala de cego, nunca vai te dar 100% certeza mas você tem que crer naquilo, caso contrario o ceguinho não sai mais de casa, e poucos são aquele que abrem mão de suas crenças .
Pois creio mais na razão, e adoro que para tudo na vida sempre exista um segundo ponto de vista, e esse vale a pena parar para pensar: Osho é um filósofo Indiano que nasceu em 1931 e foi envenenado durante uma passagem na prisão nos estados unidos e morreu no ano de 1990, atingiu um nível de conhecimento a base de estudos e meditação tornando-se um dos grandes gênios do oriente porem não tão divulgado no ocidente, lecionou em diversas faculdades na índia depois passou a dar palestras livres. Porem a teoria que trago se refere a deus, segundo Osho Deus não poderia existir, se uma pessoa tivesse criado todo o mundo, esse mundo já estaria pronto, sendo dessa forma perfeito. Na religião católica Deus criou o mundo em 6 dias e no sétimo descansou, então estaria ele descansando até agora? se foi Deus que nos criou, então não deveria ter ocorrido erros na criação, pois fomos feitos a imagem do próprio que seria o grande, e se já foi criado não teria como mudar mais. É só observar o nosso mundo e veremos que estamos em constante mudanças, e se há evolução pressupõe que a criação não foi correta. Quando Darwin compôs a teoria da evolução das espécies, não foram poucos indivíduos da igreja que sacaram o perigo que estava por vir, por isso ir de encontro com a base teórica da religião crista. “Charles Darwin apenas disse que a criação ainda estava em processo, que a própria existência era imperfeita, que nunca será perfeita e somente assim ela poderá continuar evoluindo.” Osho “se a evoluçao se tornar impossível, a vida perde todo o sentido” Osho
Faz sentido pensar que a vida não pode ter sido criada de uma vez, e que de fato continue se criando, com esse pensamento os ensinamentos cristãos não tem cabimento, porem ainda tem pontos que Osho não explica e nunca vai explicar, pois existem coisas que cremos para aliviar a dor de estarmos ignorando o fato de não saber nada.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Janela do Inconsciente



Essa obra de Magritte nos remete para uma viagem intrapessoal, porem começando pela descrição: a obra contem uma janela entre aberta onde vemos nuvens, um céu azul e um oceano ou algo do tipo, contudo a janela se encontra entre aberta, e mostra um lado externo totalmente preto nesta fresta, a janela esta em uma parede com rebocos de madeira sugerido ser da melhor qualidade. Uma entrada para outra dimensão ou mais um truque da Acme para o coiote enganar o papa-léguas? Pode até parecer difícil o que Magritte gostaria de mostrar com essa obra fantástica.
Para iniciar meu estudo começo com uma pergunta, o que você gostaria de ver pela janela? A localização da sua janela pode ser influenciada por vários motivos, necessidades financeiras, região onde mora ou por opção de vida. De qualquer forma a beleza se torna relativa a cada léxico cultural, é projetável e influenciadas por experiências, tais como a mídia e o estilo de vida, educação familiar e religiosa, sendo assim projetaremos na janela de Magritte o que para nós mesmos é agradável, e ao abrirmos veremos que por trás de tudo isso, é um grande vazio, as armações dos estereótipos e dos paradigmas criados em nossas projeções tornaram nosso interior vazio, com dificuldade de se expressar. Ter uma mente aberta é abrir a janela para seu interior, dando voz a ele e não só aceitando aquilo que sua capa selecionou como certo, procurando assim adquirir conhecimentos em todos os lugares, porque cada um tem uma arte para lhe mostrar basta você ter percepção para compreender.


Para variar viajando pela internet descobri este pintor Americano, Alex Grey. Sua arte tem uma mistura espiritual, que é difícil dizer se ele aborda mais um budismo, mais um catolicismo ou o espiritismo. Porem ele é praticante do Vajrayana uma espécie de segmentação do budismo. Em sua obra ele demonstra os pontos místicos do corpo humano, e nos trás para uma viagem na anatomia do corpo. Essa imagem de cores psicodélicas,transmite o bem interno que a musica faz para o nosso ser. É como se as ondas de som saíssem como mágica da caixa acústica, levando boas vibrações e se confundindo com a aura do corpo, esse foi a minha primeira percepção com um olhar leigo, por isso resolvi pesquisar sobre os simbolismos. de acordo com o Wikipédia A aura, por várias religiões e tradições esotéricas, é um elemento etéreo, imaterial, que emana e envolve seres ou objetos; é, por vezes, também considerada como um atributo inerente aos seres vivos. A aura é classificada por cores e a “Aura verde significa: Autoconfiança, capacidade de resolver problemas e de perdoar e de amar a paz; sensibilidade. É organizador, planejador e estrategista. A predominância da cor verde na aura das pessoas indica saúde e vigor. Esse tom costuma aparecer com grande intensidade na região da cabeça, pois está associado á atividade mental.” Veja bem a predominância da aura verde demonstra uma grande capacidade de perdoar e de amar a paz, sendo a aura verde retratada na imagem de Alex grey emanando do musico. A guitarra também emanando ondas verdes, tem o exato significado “os objetos de aura verde são de uma autêntica fonte de positividade. Costumam apresentar esse tom depois de terem sido tocados por pessoas que estão de bem com a vida.” Então essa obra leva a crer, que a alma tem capacidade de emanar para pessoas próximas as vibrações boas “de amar a paz” através de um instrumento musical pois apenas pelo contato conseguimos transmitir nossas energias para os objetos que se tornam no caso do instrumento musical um mediador para quem aceita essas energias.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ceci n'est pas un arbre



Sou um singelo porem grande fan de Magritte, sua obra surrealista me leva a diversos tipos de discuções cotidianas, que sustenta minha Téoria onde uma imagem com fundamentos semiologicamente trabalhados com uma finalidade, mantem-se atual seja feita à qualquer tempo ou espaço, pois as discuçoes proeminentes da tal vão se adaptar a realidade contemporânea. Por esse motivo usei do cachimbo de Magritte para a inspiração de minha primeira tatuagem, em sua primeira apresentação a obra obteve grandes criticas, por causar como primeira percepção uma pergunta, como isso não é um cachimbo se retrata como tal? A intenção de Magritte era mostrar a todos que não poderia ser aquele um cachimbo pois nunca poderia desfrutar de um tabaco com o uso do mesmo, sendo assim uma imagem nunca tão majestosa quanto a realidade. Mesmo que com minha admiração pela imagem publicitária onde a idéia capturada é vendida atribuindo um valor patético ( no que se diz respeito a os sentimentos) tornando à maior do que o próprio produto oferecido, fazendo com que o consumidor compre a Idealizaçao do que seria o uso do produto. Usei da idéia de magritte em uma releitura de sua obra onde atribui alguns valores simbólicos que dizem respeito a minha vida: a imagem da arvore vem da mitologia celta, significa a arvore da vida, onde a copa é do mesmo tamanho das raízes demonstrando assim o equilíbrio e a harmonia do mundo e da natureza. As cores usadas nas folhas são as cores do reggae, pela minha paixão pela musica e pela ideologia rastafári . e os dizeres Ceci n’est pas um arbre (isto não é uma arvore) como iniciei a explicação acima tem abortagem na proteção ao meio ambiente , a valorização da natureza, pois se não protegermos se tornara apenas lembranças em fotos que nunca será tão belo quanto a realidade.